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A opinião de quem sabe

“ O PSD defendia, e defende, um modelo maioritário de gestão municipal e recusa um modelo consensual de constituição de executivos municipais. Esse modelo consensual torna pouco coerente o executivo municipal, dilui responsabilidades partidárias, menoriza a Assembleia Municipal e, dependendo dos casos, ou permite aos presidentes das câmaras um poder quase absoluto, ou dá-lhes um pretexto para a inacção e a desresponsabilização.
Do mesmo modo, esta promiscuidade nos executivos municipais favorece o sistema clientelar, as cunhas, a partilha de benesses e interesses, o nepotismo e a corrupção.
Do ponto de vista político, os efeitos eram devastadores para a oposição: participando num contrato político com o partido que exercia o poder, o PSD deixava de fazer oposição, votava todos os documentos fundamentais da gestão municipal, reduzia a sua actividade política aos períodos eleitorais de quatro em quatro anos, com a tarefa quase sempre impossível e incompreendida junta da opinião pública, de nessa altura criticar tudo aquilo em que tinha participado e tinha sufragado com o seu voto.
Quando vereadores do PSD participavam nos executivos municipais, o partido deixava de ter actividade política autónoma, as críticas ao executivo desapareciam ou atenuavam-se e o papel das estruturas locais não passava de, em conjunto, ou em litígio, “controlar” o que o vereador fazia e a fatia de poder que trazia para o partido.”
(Pacheco Pereira, extracto de um artigo publicado no Público de 17/02/2000).

O saber não ocupa lugar

OS CUCOS
O cuco é uma ave que tem uma particularidade comportamental muito curiosa.
A fêmea não faz ninho, não choca os ovos, nem cria os filhos.
Quando chega a altura da postura, a ave procura os ninhos de outras aves onde já existam ovos, retira um ou mais desses ovos e põe em seu lugar os seus ovos.
O instinto maternal da mãe hospedeira costuma ser suficiente para não notar a diferença e chocar os ovos do cuco em conjunto com os seus.
Quando nascem os pintos, o pinto cuco empurra para fora do ninho os ovos ou os pintos hospedeiros que pode, de modo a beneficiar, o mais em exclusivo possível, da alimentação da “mãe”, a qual, sempre por instinto maternal, alimenta o parasita até ele se tornar autónomo.
--Qualquer semelhança entre esta nota ornitológica e a candidatura PSD/CDS/PPM/MPT, em Odivelas, é mera coincidência.
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