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DEPOIS DAS ELEIÇÕES

Depois das eleições autárquicas de 11 de Outubro, em Odivelas, os partidos políticos entregaram-se ao trabalho de participar na montagem dos diferentes órgãos.
Vitorioso em quase toda a linha, o PS empoleirou-se na sua vitória e procurou impor a sua dominação e influência em tudo o que pudesse: Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Juntas de Freguesia.
Foi perfeitamente visível o esquema montado de fazer acordo com PSD e PCP na Câmara e Assembleia Municipal e distribuir o mesmo tipo de acordo nas freguesias, a seu gosto e interesse.
Assim, temos que, na freguesia da Ramada, em que ganhou o PCP, o PS impôs o acordo PCP/PS, o mesmo acontecendo em Famões e na Póvoa, em que ganhou o PS, neste caso PS/PCP. Na Pontinha, em que também ganhou o PS, calhou ao PSD – acordo PS/PSD.
Em Odivelas, em que ganhou o PSD, o acordo é com o PS – PSD/PS.
3 acordos do PS com o PCP e 2 com o PSD.
Fora está, por enquanto Caneças, em que ganhou o PCP, porque o Presidente de Junta entendeu furar o esquema socialista e ser original, tentando impor um executivo totalmente vermelho. A coisa correu mal, e Caneças está num impasse, sem Junta, nem Assembleia.
Olival de Basto é a prova provada de que o PS está de má-fé, principalmente quando apregoa a necessidade de estabilidade e de chamar todas as forças políticas para trabalhar em conjunto. Tendo ganho com maioria absoluta, nesta freguesia, e mesmo sabendo as dificuldades causadas pela exiguidade do executivo, empurrou todos os outros partidos para a oposição, dispensando a sua colaboração, não seguindo os exemplos de outros executivos por esse país fora, quase sempre dominados em maioria absoluta, pelo PSD, que oferecem pelouros a outras forças políticas, sem condições.
Em geral, O SENTIDO DA SETA, entende que a participação, ou não, de elementos do PSD em executivos de Junta, dominados por outras forças políticas, ou de elementos de outras forças políticas em executivos dominados pelo PSD é uma questão a ser avaliada, localmente, freguesia a freguesia, pelos autarcas e militantes locais, em conjugação com o Núcleo e a Secção.
Mas aquilo que aconteceu neste mandato não foi nada disso. O PS montou a estratégia para todos os órgãos do concelho e vendeu o produto ao PSD e ao PCP, em termos de pegar ou largar. Não é admissível que um partido com coluna vertebral e dignidade aceite isto.
Já se sabe que o PCP não aceitou: quando viu que o PS os tentava encurralar, nomeadamente na Assembleia Municipal, saltou fora, e no acordo ficou apenas o PSD.
Relativamente à Assembleia Municipal, em que o PSD passou de 10 elementos para 9, tivemos já uma noção do que vai ser a “colaboração” dos “parceiros” de coligação, pois o elemento que falou em nome do CDS, na reunião de instalação daquele órgão, não fez outra coisa senão destilar o seu ódio ao PSD.
O mesmo faz o outro “independente”, eleito para a Assembleia de Freguesia de Odivelas cada vez que escreve e fala, nos sítios onde lhe dão cobertura.
Belos parceiros!

NOTA

O Sentido da Seta pretende ser o ponto de encontro dos militantes do PSD de Odivelas que se preocupam com o estado actual da sua Secção, com os trabalhos dos autarcas do PSD e com os problemas que afligem a população de Odivelas.
Não nos queremos substituir a ninguém, queremos contribuir para a reflexão e o debate de temas que nos interessam a todos.
Destina-se, por um lado, a dar a conhecer aos militantes do PSD Odivelas o que se passa nos orgãos municipais, nas Juntas de Freguesia, nas Assembleias de Freguesia e noutros fóruns em intervenham companheiros nossos.
Entendemos que um partido vivo e actuante tem que interagir com os seus militantes e trazê-los para a vida política activa. Não aceitamos a Secção de Odivelas como um organismo morto, em que os militantes só servem para ser contactados quando há eleições, como aquelas famílias cujos membros só se vêm em casamentos, baptizados e funerais.
Isto não pode ser o PSD.
Em 2º lugar, o Sentido da Seta estará aberto ao contributo de todos os militantes que queiram exprimir as suas opiniões, quaisquer que elas sejam.
O Sentido da Seta assumirá a forma de blogue e de folha informativa a remeter aos militantes do PSD.
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A opinião de quem sabe

“ O PSD defendia, e defende, um modelo maioritário de gestão municipal e recusa um modelo consensual de constituição de executivos municipais. Esse modelo consensual torna pouco coerente o executivo municipal, dilui responsabilidades partidárias, menoriza a Assembleia Municipal e, dependendo dos casos, ou permite aos presidentes das câmaras um poder quase absoluto, ou dá-lhes um pretexto para a inacção e a desresponsabilização.
Do mesmo modo, esta promiscuidade nos executivos municipais favorece o sistema clientelar, as cunhas, a partilha de benesses e interesses, o nepotismo e a corrupção.
Do ponto de vista político, os efeitos eram devastadores para a oposição: participando num contrato político com o partido que exercia o poder, o PSD deixava de fazer oposição, votava todos os documentos fundamentais da gestão municipal, reduzia a sua actividade política aos períodos eleitorais de quatro em quatro anos, com a tarefa quase sempre impossível e incompreendida junta da opinião pública, de nessa altura criticar tudo aquilo em que tinha participado e tinha sufragado com o seu voto.
Quando vereadores do PSD participavam nos executivos municipais, o partido deixava de ter actividade política autónoma, as críticas ao executivo desapareciam ou atenuavam-se e o papel das estruturas locais não passava de, em conjunto, ou em litígio, “controlar” o que o vereador fazia e a fatia de poder que trazia para o partido.”
(Pacheco Pereira, extracto de um artigo publicado no Público de 17/02/2000).

O saber não ocupa lugar

OS CUCOS
O cuco é uma ave que tem uma particularidade comportamental muito curiosa.
A fêmea não faz ninho, não choca os ovos, nem cria os filhos.
Quando chega a altura da postura, a ave procura os ninhos de outras aves onde já existam ovos, retira um ou mais desses ovos e põe em seu lugar os seus ovos.
O instinto maternal da mãe hospedeira costuma ser suficiente para não notar a diferença e chocar os ovos do cuco em conjunto com os seus.
Quando nascem os pintos, o pinto cuco empurra para fora do ninho os ovos ou os pintos hospedeiros que pode, de modo a beneficiar, o mais em exclusivo possível, da alimentação da “mãe”, a qual, sempre por instinto maternal, alimenta o parasita até ele se tornar autónomo.
--Qualquer semelhança entre esta nota ornitológica e a candidatura PSD/CDS/PPM/MPT, em Odivelas, é mera coincidência.
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